domingo, 4 de novembro de 2007

Musica para os olhos

A sabedoria popular já dizia “Uma imagem vale mais que 1000 palavras”. Com base nisso, o mundo da música vem se modificando de uma forma tão grande que algumas vezes nos parece que a música ficou em segundo plano. Não precisa ser expert em marketing para saber os poderes de uma boa imagem, mas também não a torna um atrativo único para garantir sucesso, ou pelo menos não deveria ser assim. Num mundo globalizado em que vivemos a era das imagens, um artifício tão forte, que faz no mundo da música um cantor vender muitos discos por dançar bem ou se vestir de uma forma atrativa, ser sexy e vários outros atributos alheios a “música”. Música para os olhos, além de título da coluna é o nome do filme sobre o grande Cartola, um grande contraste entre uma imagem simples, onde nos rendíamos apenas na poesia e sentimentos da música. Tornar a música visualmente atrativa não é errado, muito pelo contrário, é um artifício que diferencia um artista, que o torna diferente. Mas sem esquecer o principal em um músico... sua música. Sorte do mundo da música que ainda existam pessoas de bom senso, quem se importam com a imagem, mas como um segundo atrativo, deixando em primeiro lugar a música para os ouvidos.

Indicação do dia:
Devendra Banhart – Smokey Rolls Down Thunder Canyon
(Xl Recordings,2007)









Devendra Banhart é um norte-americano, filho de indianos e criado na Venezuela, com toda essa diversidade cultural, Devendra Banhart é um dos principais artistas do movimento folk. Suas músicas são simples, como nas raízes folk, suas composições surreais e naturalistas dão um toque psicodélico bem ao estilo woodstock. Em 2006 Devendra participou do show de retorno dos Mutantes, e essa não é a única ligação dele com nossa música. Devendra é fã declarado de Caetano Veloso, e diz ter como maiores inspirações Bob Dylan e Secos e Molhados, além de contar com a participação de Rodrigo Amarante do Los Hermanos no seu último cd, que aliás, é impressionante como sua musicalidade nos faz lembrar a nossa bossa nova, e tudo com um toque de modernidade e interação com seu folk psicodélico.

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